O imaginário conduzira-me a Cnossos, na Ilha de Creta: eu penetrara no Labirinto, de onde somente retornaria vestido de coragem e astúcia. Desenrolei o novelo e descobri Valquíria. Desvendara a chave dos mistérios com que Elêusis me desafiara. O Minotauro estava domado. Observei Ícaro e Dédalo… criei minhas próprias asas e alcei voo…
Estes versos pertencem ao meu amigo Francisco de Assis Câmara, poeta e advogado, figura ímpar, de espírito inquieto, que brilha e reina em solo sagrado, próximo ao município de Monte Alegre.
O Labirinto foi construído para ser impenetrável. Por determinação do rei de Creta, Minos, Dédalo, o maior artesão da Antiguidade, pai de Ícaro, o infante dos voos argonáuticos, foi incumbido de construir um local seguro onde seria colocado o Minotauro, monstro com cabeça de touro e corpo de homem, e que se alimentava de seres humanos.
Teseu – um forte e belo rapaz – ofereceu-se como uma das vítimas, decidido a matar o Minotauro. Ariadne, a filha do rei Minos, apaixonou-se pelo herói e resolveu ajudá-lo, entregando-lhe um novelo de lã para que, no momento da saída do labirinto, não se perdesse naquele emaranhado de caminhos.
Os mistérios de Elêusis eram o mais famoso dos rituais religiosos secretos da Grécia antiga, realizado entre os séculos VI a.C. e IV d.C. Os participantes podiam ser, até, condenados à morte caso revelassem os seus segredos. Tratava-se de um ritual de iniciação, e tachado como coisa de pagão. Havia promessa de felicidade para os iniciados, e castigo para os que ignoravam os ritos sagrados. Feliz aquele que possui, entre os homens da terra, a visão destes Mistérios. Ao contrário, aquele que não foi iniciado e aquele que não participou dos santos ritos não terão, após a morte, nas trevas úmidas, a mesma felicidade do iniciado, dizia um trecho do “Hino a Deméter”, atribuído a Homero.
Desse modo, Assis Câmara penetrou no Labirinto, domou o Minotauro, vestiu-se de coragem e astúcia, desvendou a chave dos mistérios de Elêusis, observou Ícaro e Dédalo, construiu ele próprio suas asas e alçou voo.
Soube, de fonte segura, que, no mês de setembro, Assis Câmara foi visto na Ilha de Creta, na Grécia.
Mais uma excelente cronica.
Sempre e bom deixar a nossa imaginacao voar e criar belos sonhos.
Um abraco.
Dodora
By: dodora on Novembro 2, 2009
at 10:48 pm
Cara Dodora, seus comentários incentivam outras pessoas, pelo seu conteúdo e tom de sinceridade. Evaldo
By: evaldoab on Novembro 3, 2009
at 11:21 am