Era início do mês de julho. e Montanha partiu cedo de Brasília com a família. Tudo a postos, conferiu cada detalhe. Hora de partir. Fizera uma revisão em seu Uno. Tudo nos conforme, como gostava de dizer. Conferiu os passageiros. Ele, a mulher, o filho, o sogro e a sogra. Uma rápida oração no interior do carro, e a madrugada quase manhã agasalhou carro e ocupantes com serenidade, bafejando os últimos sopros que restaram de uma noite/madrugada fria.
Guarapari os aguardava. Montanha, funcionário público, adquirira um apartamento em um condomínio, bem próximo à praia, que era utilizado duas vezes ao ano. As fotos, exibidas no local de trabalho, comprovavam as belezas do local.
Viagem tranquila. Chegaram à noite, e se dirigiram ao apartamento, pois os corpos, no limite da exaustão, imploravam por um banho e um repouso. Ao destrancar a porta, uma surpresa: havia uma família morando ali. Pai, mãe e dois filhos. Todos sentados no sofá, vendo televisão. Montanha não acreditava no que via. Propôs a desocupação do imóvel. Nem pensar. Depois de um acalorado bate- boca, Montanha resolveu procurar um hotel onde pudessem se alojar.
Mais tarde, já recuperado, após o banho, Montanha foi a uma mercearia em frente fazer umas compras básicas para a família, e contou o seu drama para o comerciante. Este, demonstrando calma, chamou dois homens que bebiam pinga na extremidade do balcão e pediu para o funcionário público repetir o acontecido.
– Nós dois – disseram Pesão e Chibanca – prometemos desocupar seu apartamento em três dias, sem qualquer violência. desde que nos pague quinhentos reais. Cem agora e o restante quando da entrega do imóvel desocupado.
Montanha pensou um pouco, fez um cálculo do dinheiro que trazia para as férias, certificou-se de que os dois não usariam de violência, e concordou. Abriu a carteira e entregou os cem reais junto com as chaves do apartamento.
Os dois homens compraram uma garrafa de pinga, alguns pães, umas fatias de presunto e se despediram. Cambaleavam um pouco, mas nada que chamasse a atenção. Chegaram ao apartamento, abriram a porta e disseram que o proprietário havia autorizado sua permanência ali por algum tempo. O ocupante ilegal ameaçou chamar a polícia, mas desistiu. Ao final,os dois estavam alojados em um dos quartos, e recomeçaram a sua bebedeira habitual, falando alto e cantando músicas horrorosas, além de desafinadas.
No dia seguinte, à noite, Montanha recebia as chaves do apartamento de volta. Os invasores haviam se retirado.
Tudo resolvido. O problema foi suportar a inhaca e o cheiro de pinga no segundo quarto.
Meu amigo escritor e simpatizante das letras como eu ;Achei bastante interessante esta crônica e o que me levou a comsequir achar o bloq foi a presença do nome do meu avo citado na casa que era de propriedade sua o sr José Domicio do Couto dona Marcelina soares martins do couto.Sou escritor de literatura de cordel e autor do conhecido cordel chuva de balas ;E tantos outros, ao todo mais de 50.
By: Gualter Alencar do Couto on Janeiro 9, 2012
at 12:39 am
quando voce se referia a cidade de areia branca e falou na casa que funcionava a escola fisk esta casa esquina com a rua do antigo cine miramar era do meu avo josé domicio do couto . sou filho de Domicinho e Dr Fernando Couto era meu tio.sou bisneto de manuel Ferreira Martins
By: gualter on Agosto 5, 2012
at 9:30 pm
Gualter, quem é/era o seu avô? Mora/morava onde? Um abraço.
By: evaldo Oliveira on Janeiro 9, 2012
at 6:14 pm
Prezado Colega, procuro sua crônica UMA CRIANÇA ENTRE A ESTUPIDEZ E O DESCASO, onde posso encontrar? grata, Thelma
By: Thelma, Brazil on Janeiro 16, 2012
at 12:29 pm
Com inteligencia ,tudo se resolve
By: Dodora on Fevereiro 7, 2012
at 4:30 pm
Meu caro Evaldo: sua fértil criatividade acaba de nos brindar com um dos mais interessantes textos sobre tema tão complexo. Se eu soubesse… Eu não sairia do lugar. Viver é enfrentar desafios. Sem ousadia, coragem e determinação, sem autoconfiança e obstinaçao a vida não passa de um teatro onde desfilam nossas mediocridades. Você captou o espírito dessa realidade interior e soube produzir um artigo, crônica, estudo como poucos eu tenho lido. Com tão refinada didática, não me lembro de ter lido algo assim. Seus leitores agradecem e torcem para que não lhe falte inspiração. Parabèns. Assis
By: Francisco de Assis Câmara on Março 26, 2012
at 11:49 am
Caríssimo Prof. Assis Câmara.
Receber elogio de pessoa tão abalizada como você, advogado, poeta, escritor e criador de sonhos (Sítio Asa Branca) serve para nos encorajar e confiar que outros escritos virão, sempre com o cuidado de respeitar os meus leitores. Um abraço.
By: Evaldo Oliveira on Março 26, 2012
at 4:03 pm