Na madrugada de 13 de agosto de 1961 tinha início a construção do mais famoso muro do mundo moderno, separando a República Democrática Alemã (oriental, socialista) da República Federal da Alemanha, capitalista. Tinha 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, além de pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Os soldados da Alemanha Oriental tinham ordens de atirar para matar.
A construção teve início pela manhã, com um intenso movimento nas ruas da cidade. As pessoas foram despertadas pelo barulho do material sendo depositado no local. Imediatamente, rolos de arame farpado eram desfeitos e estendidos de um poste a outro, alongando-se por trinta e sete quilômetros na zona residencial da cidade. Outros trabalhadores descarregavam caminhões de tijolos, blocos de concreto e sacos de cimento.
Assim nascia o Muro de Berlim, que iniciava o que seria uma experiência inusitada na história moderna. Inimigos ideológicos fomentavam a guerra fria, e essa parede foi o símbolo esquizofrênico dessa rivalidade.
Em função do Muro, nasceria o elemento que, de fato e de forma quase pictográfica, se tornaria o símbolo mais tenso da guerra fria – o Checkpoint Charlie. Este portão de acesso foi projetado como um posto militar para passagem de estrangeiros e membros das Forças Aliadas na Alemanha Ocidental para a Alemanha Oriental. Havia outros postos militares em Berlim.
O lado romântico do checkpoint ficava por conta do Café Águia (Cafe Adler), situado exatamente nas proximidades do checkpoint. Lá, oficiais aliados e visitantes observavam o lado oriental, tornando-se um excelente ponto de observação, enquanto degustavam algumas delícias da cozinha alemã servidas na casa.
Hoje, no local, alguns atores encenam um ritual que, visto do hoje, torna-se engraçado. Podemos tirar fotos com eles, e até brincar. Pagando, claro.
Check Point na Guerra Fria, foto
O Muro. O Checkpoint Charlie. Símbolos de uma época de chumbo. Literalmente.
Deixe uma Resposta