O ar mais puro do mundo respira-se na mina de sal gema de Wieliczka, fundada em 1290, que fica na área metropolitana de Cracóvia, próximo aos campos de concentração poloneses de Auschwitz e Birkenau. Tanto a mina de Wieliczka quanto os campos de concentração de Auschwitz e Birkenau são patrimônios mundiais da Unesco.
Esse conjunto, cuja origem remonta a treze e meio milhões de anos, consta de escavações dispostas em nove níveis, que vão até 327 metros de profundidade. São trezentos quilômetros de galerias, onde se respira o ar mais puro do mundo, a uma temperatura constante de 14°C.
Aproveitando essa oxigenoterapia natural determinada pela pureza e salinidade do ar que respira no interior das galerias, propiciando uma ação benéfica sobre a mucosa respiratória e um alívio ou bem-estar no respirar das pessoas, foi criado um hospital de haloterapia – terapia do sal -, indicada para pessoas com doenças respiratórias.
Em Londres, onde não há uma dessas cavernas naturais de sal, foi construída a primeira clínica de terapia de sal da capital britânica, sendo suas paredes e mobiliários cobertos por uma camada de sal.
Nasci e cresci nas terras naturalmente salitradas de Areia Branca-RN, cidade que fica bem na esquina do mundo. Ali, o ar puro que vem do oceano abençoa as salinas, ao tempo em que move antigos cataventos, e seu assobio em si bemol invade as madrugadas quentes e refresca as manhãs, ressoando pelas gamboas e pelos manguezais, atrapalhando o namoro noturno dos caranguejos. Por isso, conheço bem os efeitos benfazejos de um ar puro e salitrado.
Em Wieliczka, o ar mais puro do mundo. Um hospital.
Em Areia Branca, toda a pureza do ar que toca a esquina do mundo. Um paraíso.
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EvaldOOliveira
Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN
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