A Ginjinha é um licor obtido a partir da fermentação da ginja, uma frutinha parecida com a cereja. Os ingredientes tradicionais desta bebida são as ginjas, o açúcar, o vinho branco, o vinho tinto, a aguardente e o pau de canela.
Em Lisboa, os estabelecimentos mais tradicionais na venda e popularização desta bebida são a Ginjinha Sem Rival, fundada no século XIX, e a Ginjinha da Espinheira, fundada em 1840. Esta, por se localizar no Largo São Domingos, nossa passagem obrigatória a caminho do Rossio, serviu como ponto de degustação. Uma perdição.
Depois de nove copinhos da bebida e muita conversa, uma questão: o pessoal de Óbidos afirma de pés juntos que a ginja nasceu naquela pequenina cidade, sendo levada para Lisboa, onde ganhou fama. De que forma esclareceríamos tal dúvida? Na manhã seguinte alugamos um carro com motorista e partimos para Óbidos.
Óbidos é uma bela vila portuguesa do distrito de Leiria, com doze mil habitantes, cercada por muralhas muito bem conservadas. A Unesco, no dia 11 de dezembro de 2015, elevou Óbidos à categoria de Cidade Literária. A cidade foi dada como dote de inúmeras rainhas de Portugal – à esposa de D. Afonso II, à esposa de D. Dinis, à esposa de D. João I, à esposa de D. Duarte e à esposa de D. João II, entre outras.
Em Óbidos, depois de nos encantarmos com sua muralha quase milenar, saímos à procura da Ginjinha de Óbidos. E ficamos a degustá-la repetidas vezes, tudo pelo bem da pesquisa e da informação.
À tarde, de volta a Lisboa, retornamos à Ginjinha da Espinheira com uma tarefa aborrecida: degustar a ginjinha novamente, para uma última palavra.
Qual palavra? Depois de tanta ginjinha, esqueci.
Ao final, uma questão sem resposta. Sinto que teremos de retornar a Lisboa e a Óbidos.
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EvaldOOliveira
Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN
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