Brasília, 1973. Ainda com as lembranças de sua recente formatura em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Eunápio aqui chegava com sua mala repleta de sonhos, em meio a alguns legítimos queijos de Caicó. Logo se matriculou em um curso de pós-graduação, ao tempo em que saíra em busca de pequenos trabalhos em sua área de atuação preferida – direito agrário.
Com sua boa altura – media 1,95 m – e seu sorriso de vendedor de dicionários, Eunápio Acevedo facilmente ganhou a simpatia de todos no bloco residencial em que morava com alguns amigos de Natal.
Naquela noite, logo que saiu do curso de pós-graduação e se dirigia para casa em seu fusca bege, sentiu algo lhe forçando as entranhas, da cintura para baixo. Fez o que pôde para chegar rápido em casa. Estacionou o carro, forçado por uma forte dor na barriga e, sem qualquer chance, fez o serviço ali mesmo ao lado da porta, entre dois carros. Um guardanapo, que até então acomodara um pão de queijo, assumiu função libertária. Aliviado, dirigiu-se ao seu edifício com cara de safado. Mas reconhecia que não havia outra forma de solução.
Nada comentou com os amigos, em casa. No dia seguinte, bem cedo, Eunápio se dirigia faceiro para seu fusca bege quando foi interceptado pelo segurança.
– Doutor, um cabra safado cagou junto à porta do seu carro.
Com cara de sério, o estudante de pós-graduação perguntou:
– Como é que você sabe que foi um cabra safado que fez esse serviço?
– Ah, doutor! Bosta de cabra safado eu conheço de longe. Só tem porcaria!
–
EvaldOOliveira
Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN
Evaldo, um abraço!
O segurança errou de profissão.
Seria mais adequado trabalhar num Laboratório de Análise de Alimentos.
By: Sônia Ribeiro on Julho 8, 2017
at 7:42 pm