As mesquitas estão para os mulçumanos assim como as igrejas estão para os cristãos: um local dedicado ao culto. Aqui, são ensinados os fundamentos do islã, além de servir como equipamento comunitário. Em Istambul, a Mesquita Azul se destaca por ser a única com seis minaretes em toda a Turquia. A Mesquita Eyup foi a primeira construída depois da conquista de Constantinopla pelos turcos, sendo a mais sagrada de todas as mesquitas turcas.
Caminhando pelas ruas de Istambul, todos os dias ouvíamos o chamamento dos alto-falantes para as orações. Esta atividade, antigamente, era feita do alto do minarete pelo almuadem. Esse chamamento até hoje é feito em árabe, de forma arrastada, melodiosa, proferindo a frase Allah hu Akbar(Alá é grande). Aqui, 97% das pessoas professam a religião muçulmana.
Visitei a maior mesquita (Mesquita Azul) e a mais sagrada de todas as mesquitas da Turquia, a Mesquita de Eyup, porém o que mais me tocou foi ser despertado, em plena região da Capadócia, no momento em que a madrugada entregava o plantão para a manhã que chegava, pelo chamado de uma pequena mesquita, pelo alto-falante, e sorri na semiescuridão de uma varanda de um hotelzinho de dois andares, típico daquela região.
Mesquita Azul
Aquele chamado, vindo de uma pequenina mesquita de um único minarete, teve o condão de despertar em mim antigos códigos sonoros, e velhos portais foram se abrindo em sequência, dentro de mim, em um efeito dominó quase angelical. E retornei à minha pequenina cidade de Areia Branca, no interior do Rio Grande do Norte, e de novo ouvi o sino da pequena igreja convocando os fiéis para os ofícios do dia, ou comunicando um fato recém-ocorrido, com suas três badaladas: um dó seco, curto, seguido de dois mais amplos e abertos. Algo acontecera, e as pessoas se punham a questionar o nome do falecido.
Na minha cidade, uma igrejinha austera, contemplativa, com uma torre, de frente para o rio.
Na Turquia, uma mesquita singela, de um único minarete, desafiando os séculos.
Aqui e lá, a força da fé.
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EvaldOOliveira
Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN
Evaldo
O badalar daquele velho sino da igrejinha da nossa terra traz-me à lembrança os maravilhosos domingos, quando usava meu melhor vestido godê, de laço atrás, para assistir a missa acompanhada de meus pais e alguns irmãos.
Ficava encantada com a distribuição das hóstias e com os hinos, os quais tentava acompanhar com todo fervor de um coração ainda tão puro.
Muitas saudades daquele tempo, menino!
By: Sônia Ribeiro on Outubro 15, 2019
at 12:57 am