A vida é um grande Baile de Máscaras, e cabe a nós desvendar o que tem atrás de cada máscara. Rafael Cruz
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Eu sou aquele pierrô, que te abraçou, que te beijou, meu amor… – uma voz sussurrava artificialmente enrouquecida, oculta por trás de uma máscara. Um pouco confuso, o jovem estudante tentava identificar de onde vinha e a quem pertencia aquela voz afetuosa, mas de um timbre estranho, que partia de um rosto oculto, atrás de si.
Aquela voz sussurrante surgira no meio da multidão, do nada, de alguém que brincava com as pessoas, sassaricando ao som de Máscara Negra, naquela manhã de clima ameno. Era um bloco muito grande, milhares de pessoas sob os efeitos da extrema alegria.
Engrossando a voz, o mascarado atacou:
– Oi, Garoto, sabe quem sou eu!? – E estendeu a mão para a cordialidade de um aperto. Afinal, era carnaval no Rio de Janeiro e no Brasil.
O jovem, desconfiado daquele mascarado desconhecido, tomou sua mão e avaliou o antebraço, semiencoberto por uma luva, e disparou:
– Pelo braço cabeludo, claro que você é um homem!
O estranho puxou a mão com violência, claramente chateado, e saiu com ares de irritação.
Dias depois, o folião amador saberia que aquele estranho era, de fato, uma garota, sua colega de faculdade, e que nutria por ele um amor platônico.
Mesmo sendo carnaval, e de máscara, não rolou.
E o amor platônico ainda sobrevive, descobriria o jovem.
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EvaldOOliveira
Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN
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Crônica baseada em fato real acontecido em minha cidade.
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