Lázaro andava macambúzio, desconfiado, sorupembático, escalafobético, colicocéfalo. À noite, no colégio, sem conseguir se conter, mais uma vez desabafou com seu amigo:
– Cara, estou passando por um período muito ruim da minha vida. Aquelas visões têm piorado dia a dia. Parece que estou sendo vítima de uma ilusão reptiliforme. Acho que é devido ao exagero naquilo que estou fazendo todos os dias, no banheiro; você sabe.
– Nada disso. Se aquilo produzisse confusão mental, não haveria um estudante com a cabeça equilibrada nesta sala.
– Hoje foram cinco -, continuou Lázaro. Um azul, dois vermelhos, um amarelo e um branquinho. Verifiquei com todo cuidado. Eram calangos de verdade. Passaram pelo meu quintal, quando estava estudando debaixo da mangueira.
– Tem certeza? Pode ser impressão sua.
Por isso é que estou preocupado. Pode ser uma alucinação visual, uma visão de espectros, e isso é grave. Tenho que diminuir aquele negócio que faço no banheiro. Acho que estou ficando fraco, com esgotamento nervoso.
Por que você não conversa com Salatiel, que é psiquiatra, meu amigo. Posso marcar um encontro de vocês. Converse com ele.
O doutor Salatiel morava na rua de cima, e conhecia quase todos os moradores da redondeza; ouviu atentamente as alegações de Lázaro. No dia seguinte estavam os dois no quintal dos calangos, e ficaram observando a movimentação das folhas secas, as frutas caídas, a ramagem das pequenas plantas. Logo surgiram os calangos. Todos coloridos. O primeiro era branco; o segundo era amarelo, mais simpático, parecendo convocar a turma para um passeio. Em seguida passaram outros: um vermelho, um verde e outro azul.
O psiquiatra, recostado em uma jaqueira, pensou um pouco, franziu o cenho e falou:
– Vou ali à casa do Jaime e já volto.
Meia hora depois retornou com um sorriso maroto, e deu a devida explicação para o fato que transtornava a vida de Lázaro.
Jaime morava em uma casa próxima à de Lázaro, e era pintor. Todos os dias usava sua pistola para dar cores a carrinhos, caminhões e outros brinquedos que eram vendidos na feira. Quando estava pintando, com a pistola na mão, passava um calango e ele pintava o pequeno animal. Foi assim que a fauna colorida foi aumentando.
Explicado o mistério dos calangos coloridos, o estudante sentia-se liberado para suas práticas desajeitadas de fisiculturismo que andava fazendo no banheiro, escondido de sua família. Era um jovem raquítico, e precisava melhorar sua aparência.
Aliviado, olhou de forma dissimulada para seu muque à Olívia Popeye.
–
EvaldOOliveira
Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN
Mais uma belíssima crônica, meu amigo Dr. Evaldo. Na minha época, se falava que, quem fosse ao banheiro para usar as mãos, criaria pelos. Os calangos coloridos foi muito legal o suspense descoberto no final. Os calangos estavam sendo pintados. Para tentar fazer um comentário a altura dessa linda crônica, resolvi fazer uma pequena pesquisa a respeito do assunto. Espero que gostem.
Mesmo sendo conhecida como uma atividade de autoconhecimento e prazer, a masturbação pode causar riscos à saúde se for realizada em excesso. Para a sexóloga Tatiana Bovolini, o ato não é ruim, desde que não extrapole os limites do bom senso. A especialista explicou mais sobre o tema em entrevista ao site Metrópoles.
“Se o estímulo for sempre o mesmo pode ser ainda mais prejudicial, pois o cérebro pode acabar ‘viciando’, fazendo com que essa pessoa tenha dificuldade de atingir o orgasmo de outras formas, principalmente nas relações sexuais”, diz Tatiana.
A sexóloga explica ainda que não existe uma quantidade ideal de vezes para se masturbar em um dia. “Os riscos não atingem quem pratica masturbação algumas vezes na semana, e, sim, quem se masturba com tanta frequência que acaba interferindo nas atividades diárias, como trabalho, lazer ou estudo, deixando de lado a interação social em prol do prazer solitário”, complementa a especialista.
Um grande abraço e que Deus nos abençoe
By: Francisco das Chagas de Brito (Chico Brito) on Março 27, 2021
at 12:34 pm