Conversando certo dia, disse o carvalho ao junco:
“Você tem bons motivos para reclamar da natureza.
Até um passarinho é um fardo pesado para você.”
“Um ventinho à toa que faça
A superfície da água enrugar,
Obriga você a cabeça baixar.
Por outro lado, minha fronte,
Não contente em segurar os raios do sol,
Enfrenta bravamente a tempestade.
Para você tudo é vento violento,
Para mim, brisa suave.
Se você nascesse abrigado pela folhagem
Com que eu cubro a vizinhança,
Não iria sofrer tanto: Eu defenderia você da chuva.”
“Mas vocês costumam nascer
Nas bordas úmidas do reino do vento.
A natureza, apesar de tudo,
Com você parece injusta.”
– “Sua compaixão”, respondeu o arbusto,
“É sincera, eu sei, mas não se inquiete:
Para mim, os ventos não são tão terríveis:
Eu me curvo e não me quebro.
Você tem esse corpo grande
E resiste sem entortar,
Mas espera o fim chegar.”
Enquanto diziam essas palavras,
Lá no horizonte furiosamente surgiu
A mais terrível das tempestades
Que os ventos do norte podiam trazer.
A árvore tentou resistir, o junco se curvou.
O vento redobrou seus esforços.
E tanto fez que destruiu
Aquele que tinha o céu como vizinho de cima
E as raízes no andar de baixo.
O Carvalho e o Junco, fábula de Jean de La Fontaine (1621-1695).
–
EvaldOOliveira
Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN
Para fazer um comentário à altura dessa belíssima crônica, resolvi fazer uma pesquisa sobre o Carvalho e o Junco.
O Carvalho é uma árvore que, quanto mais temporais e tempestades enfrenta, mais forte fica.
Suas raízes penetram mais profundamente no solo e seu caule se torna mais robusto.
Sendo quase impossível uma tempestade arrancá-lo ou derrubá-lo.
Sua aparência é, muitas vezes triste. Por absorver as consequências das tempestades a robusta árvore assume uma aparência disforme como se realmente tivesse feito muita força.
Numa grande tempestade, muitas árvores são arrancadas, mas o Carvalho permanece firme,
Os juncos são utilizados para tecer cestos, esteiras e assentos de cadeira. Antigamente, usava-se a medula dos caules para fazer pavios de velas. Algumas espécies são cultivadas como plantas ornamentais. Espécies de juncos são usadas como fontes de alimento por larvas de algumas espécies de Lepidoptera.
Que Deus nos abençoe e proteja. Tomei a primeira dose da vacina contra o Coronavírus.
By: Francisco das Chagas de Brito (Chico Brito) on Abril 4, 2021
at 10:10 pm