Os estudantes brasileiros, aqui incluídos os que cursam o ensino médio e boa parte dos cursos superiores, desconhecem fatos importantes de nossa história, que influenciam de forma direta o entendimento do que acontece no Brasil, nos últimos anos. Hoje, ferramentas de fácil acesso, como a internet, facilitam um passeio pela história republicana do Brasil. Vamos nos aventurar?
O regime monárquico existiu no Brasil entre os anos de 1822 a 1889, tendo como imperadores D. Pedro I e D. Pedro II. Houve um desgaste da Monarquia junto à população, que desejava mais liberdades, mais democracia, aliado ao crescente descontentamento dos militares, levando a um desejo de mudança. No Rio de Janeiro, no dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca liderou um movimento militar (golpe) que derrubou a Monarquia e instaurou a República Federativa e Presidencialista no Brasil.
Naquele mesmo dia foi instituído o Governo Provisório, tendo como presidente o marechal Deodoro da Fonseca. O marechal Floriano Peixoto assumiu como vice-presidente. Ficou acertado que o governo provisório deveria dirigir o País até a elaboração uma nova Constituição. Porém no ano de 1891 o presidente renunciaria.
Após a renúncia de Deodoro da Fonseca, assumiu a presidência o marechal Floriano Peixoto. Um grupo de militares que era contrário à ascenção política de civis promoveu a Revolta da Armada. É que Floriano, ao assumir, destituiu todos os governadores que apoiavam Deodoro da Fonseca. Este fato gerou divergências políticas, com um agravante: a Marinha sentia-se desprestigiada em relação ao Exército.
O conflito teve início em 1893, decorridos apenas quatro anos da Proclamação da República. Nessa revolta, navios de guerra da Marinha bombardearam a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Foi montada a defesa do litoral, que impediu o desembarque dos revoltosos. A rebelião só foi debelada em março de 1894.
Prudente de Morais (1894-1898) foi o primeiro civil a assumir a presidência da República. Em seu governo, Prudente de Morais teve que enfrentar o arraial de Antônio Conselheiro na Guerra de Canudos. Campos Sales (1898-1902) enfrentou a primeira crise econômica da República brasileira. Afonso Pena (1906-1909) promulgou a lei que transferiu a capital de Minas Gerais de Vila Rica (Ouro Preto) para Belo Horizonte. O marechal Hermes da Fonseca governou o brasil de 1910 a 1914. O governo Wenceslau Braz (1914-1918) marcou a entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial, com o patrulhamento do Atlântico.
A Revolta do Forte de Copacabana ocorreu no governo Epitácio Pessoa (1919-1922). No dia 5 de julho de 1922 houve um bombardeio da Fortaleza de Santa Cruz da Barra, que fica no lado oriental da barra da Baía de Guanabara. Dezessete militares e um civil saíram pelo calçadão da praia de Copacabana. Um pouco adiante, os 18 revolucionários foram derrotados em frente à Rua Barroso, atual Siqueira Campos, na altura do Posto 3 de Copacabana. Saldo do embate: do lado dos revoltosos, 14 mortos e 4 feridos. Era uma resposta às oligarquias e ao latifúndio, que se opunham a um ideal de democracia idealizado por setores das forças armadas, em especial tenentes, sargentos, cabos e soldados.
Artur Bernardes (1922-1926) governou sob estado de sítio, e fez uso de seus poderes excepcionais. O governo de Washington Luís (1926-1930) marcou o fim da Primeira República. Foi deposto pela Revolução de 1930.
Nas eleições de 1930 houve um conflito político entre as oligarquias de Minas Gerais e São Paulo. Chegara a vez de Minas Gerais indicar o candidato à presidência, porém os paulistas não abriram mão da candidatura de Júlio Prestes (era fluminense, mas fez carreira política em São Paulo). Este comportamento causou descontentamento entre os políticos mineiros, que passaram a apoiar o candidato da oposição, o gaúcho Getúlio Vargas, governador do RS, que tinha como candidato a vice o paraibano João Pessoa. Júlio Prestes, apoiado pela elite de São Paulo, ganhou a eleição, mas havia indícios de fraude.
Washington Luiz, que seria o último presidente da República Velha, e então no poder, viu-se desprestigiado, mas não dava sinais de que renunciaria. Frente ao impasse, chefes militares do Exército e da Marinha depuseram o presidente, instalaram uma junta militar que, em seguida, transferiu o poder para Getúlio Vargas. Com isso, terminava o domínio das oligarquias no poder, e Getúlio Vargas governou o Brasil de forma provisória entre 1930 e 1934, período este chamado Governo Provisório.
Em 1934 o próprio Getúlio foi eleito presidendte constitucional do Brasil pela Assembleia Constituinte, com mandato até 1937, conhecido como Governo Constitucional ou Presidencial.
Em 1937, através de um golpe que contou com o apoio de setores militares, Getúlio Vargas permaneceu no poder até 1945, dando início ao Estado Novo, que se caracterizou como um regime ditatorial.
Brasil República. Um emaranhado de golpes. O sacrifício do povo, sempre. Há algum tropeço neste passeio pela história do Brasil tirada da internet?
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EvaldOOliveira
Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN
Talvez seja interessante uma reflexão sobre o período 1961-1985.
By: Prof. Carlos Alberto on Dezembro 19, 2020
at 12:52 pm
Entra governo e sai governo e nada muda. Antigamente tínhamos um pouco de orgulho dos nossos políticos. Hoje, sentimos vergonha de fazer algum comentário sobre os políticos brasileiros. O Rio de Janeiro é o estado mais vergonhoso em falar de políticos. Hoje mais hum foi para a cadeia. O Prefeito Crivela ha poucos dias de deixar a prefeitura do Rio, Os amigos falam que não sabemos escolher. Quem temos para escolher? Vergonha Nacional. Deus nos abençoe e proteja.
By: Francisco das Chagas de Brito (Chico Brito) on Dezembro 22, 2020
at 4:52 pm